Por quê fazer a vigilância do câncer gástrico?
O câncer gástrico é uma doença grave e potencialmente fatal. A chance de cura depende do grau de avanço da doença no momento do diagnóstico.
No ocidente (América e Europa), as taxas de cura são baixas, ao redor de 20%, pois a doença é geralmente diagnosticada na fase avançada.
No oriente, por outro lado, as taxas de cura chegam a 70%! Essa diferença se deve principalmente ao diagnóstico mais precoce do câncer gástrico em países como Japão e Coreia do Sul.
Quais os fatores de risco mais importantes para o aparecimento do câncer gástrico?
O estômago com a forma avançada de gastrite crônica, isto é, com aparecimento de atrofia e metaplasia intestinal, é a condição pré-neoplásica mais importante, conferindo um risco 6 vezes maior do que o estômago sem essas alterações.
História familiar também é importante, bem como infecção pelo Helicobacter pylori, tabagismo, consumo de sal e obesidade.
Por outro lado, atividade física e o consumo de frutas e vegetais é fator de proteção contra o câncer gástrico.
Quais as dicas chaves para uma boa vigilância?
É importante um bom entendimento tanto do gastroenterologista, quanto do endoscopista.
O gastroenterologista deve reconhecer os pacientes com risco aumentado de câncer gástrico, orientar hábitos saudáveis, tratar o Helicobacter pylori quando houver infecção e solicitar as endoscopias de acompanhamento de acordo com o risco do indivíduo.
O endoscopista, por sua vez, deve atentar para um exame cuidadoso, com seu melhor aparelho disponível, usando o tempo necessário e direcionando biópsias para áreas suspeitas quando houver necessidade.
Quando fazer endoscopia?
Diferentemente do câncer de cólon, em que os critérios de vigilância já são bem estabelecidos, a vigilância do câncer gástrico ainda é controversa.
Algumas sociedades especializadas recomendam que pessoas provenientes de áreas de alto risco (Oriente e Chile) e pessoas com parentes de primeiro grau com histórico de câncer gástrico, devem fazer uma endoscopia de rotina a partir dos 50 anos.
Além disso, pessoas com gastrite crônica documentada pelas biópsias gástricas, que apresentem alterações nas biópsias como atrofia e metaplasia intestinal, devem realizar uma endoscopia a cada 2-3 anos.
A indicação portanto, deve ser individualizada caso a caso, e o especialista em Gastroenterologia é o profissional indicado para conduzir essa investigação.
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